Olá a tod@s!
Dependendo das circunstâncias, deixo alguns gostos pessoais:
Tinto maduro para acompanhar uma refeição, embora possa ser perfeitamente saboreado per se:
- Villa Antinori - vinho tinto toscano rico e encorpado, nada a ver com aquela mistura levezinha de tinto com branco (os Chianti)
- Barbera d'Asti - algumas colheiras mostram grande austeridade, mas sempre com grande qualidade
e para quem quer prazer ao preço da chuva:
- Nero d'Avola - vinho bem encorpado, bem negro, espesso, quase licoroso, a lembrar um Alentejano com garra.
Em termos "Alentejanos" (não que o sabor tenha algo a ver), o primeiro é um Quinta do Carmo, o segundo um Tapada de Chaves, e o terceiro tem a qualidade de um Marquês de Borba ao Preço de um Real Lavrador (bem decente mas que uso como vinho para molhos)...
Em boa verdade, tendo corrido meio mundo, provado, em termos de tintos, a nata californiana do Napa Valley, francesa de Bordéus e Borgonha, e os mais interessantes vinhos italianos, devo dizer que ainda não há nada como o que encontramos no Alentejo em Portugal, ou Rioja em Espanha...
A minha casta tinta preferida é o Aragonez (i.e. Tinta Roriz ou Tempranillo). Combinada com Trincadeira em inúmeros vinhos alentejanos fica fantástica. Um pouco como misturar Cabernet Sauvignon com Merlot em Bordéus, embora num contexto bem diferente.
Se em Bordéus há vinhos sublimes e vinhos medonhos, já no Alentejo ainda estou para conhecer os medonhos... Até agora o pior que tomei era, enfim, bonzinho!
Um vinho alentejano vulgaríssimo de cêntimos vale, por vezes, mais que garrafas francesas caríssimas a envelhecer ali em baixo na garrafeira...
Os vinhos que tenho a envelhecer na residência onde neste momento me encontro estão sempre acompanhados pelos seus pares. Compro 6 garrafas de uma determinada colheita e vou abrindo de x em x anos. Quando está no ponto, tomo uma garrafa, ofereço outra e vendo o resto (se sobrar)...
A venda de uma garrafita poeirenta, estilo Grand Cru de Saint-Émilion de Bordeaux com umas décadas em cima, permite-me encher a bagageira de caixas de Quinta do Carmo, que aprecio muito mais.
Para um momento de alegria ao final de uma tarde de Verão na riviera italiana do Levante (e.g. PortoVenere, onde tenho uma 'casita flutuante'), um vinho branco da região:
Cinque Terre - emana aquela maresia típica do mare Ligure... excelente para matar saudades dali, mesmo quando se está longe...
Para um momento de descontracção refrescante no convés, com a costa escarpada como pano de fundo, um Lambrusco de origem. Nada de pseudo-lambruscos produzidos para "mass exportation"... Um Lambrusco com L maiúsculo vale o saltinho à origem... ;)
Ah, e evita enjôos de certas companhias a bordo...
Vejo que algumas damas do fórum apreciam esse néctar 'frizzante' de Baco... Saibam desde já que serão benvindas a bordo...
(ou então levo-vos umas garrafitas quando aí fôr... que tal?)
Falando de vinhos, poder-vos-ia fazer uma lista exaustiva e interminável cobrindo todos os continentes (e.g. o Kangaroo com Cabernet Sauvignon lá dos antípodas, o Casillero del Diablo fantástico, do Chile, também com Cabernet Sauvignon...), mas creio que para quem está em Portugal fartura e qualidade não faltam de norte a sul.
E para cada vinho de eleição há uma mulher de eleição... umas mais brancas, outras mais tintas... há ainda as rosé...
Umas verdes, outras maduras... umas mais secas, outras mais doces...
Hmmm... mas tal como o vinho luso tem aquele gostinho que fica na boca e na alma mesmo que se passem semanas sem o degustar...
Também a mulher lusa deixa aquele sabor inconfundível que a saudade perpetua e nem a mais voluptuosa e tentadora estrangeira consegue eliminar... ;)
Bem-hajam, mulheres verdadeiramente lusitanas... e que aqueles que por vós estão rodeadas vos saibam respeitar e sentir como entes preciosos que são...
Abram uma boa garrafa, e desfrutem! À vossa saúde!