La Brasserie de L´Entrecôte - Lisboa - Tel. 218962220
Este tópico andava muito parado, e como sou um cliente regular deste restaurante, resolvi fazer uma humilde apreciação deste espaço. A localização não poderia ser melhor, na Alameda dos Oceanos, a dois passos do Casino Lisboa, existem parques de estacionamentos abundantes na periferia e apesar de ser uma zona de passagem não é particularmente ruidoso. Sei que existem mais dois congéneres, um no chiado e outro em cascais, mas nunca testei nenhum deles. Existe uma zona de fumadores, e uma simpática esplanada cá fora.
Por dentro é amplo, simplista mas elegante, com uma decoração amadeirada enfeitada por uns candeeiros dourados que emitem uma luz moderada, fazem lembrar os cafés parisienses. É uma boa casa para levar a jantar uma companhia feminina, o défice de luz transmite um ambiente intimista, e existe espaço suficiente de mesa para mesa, não havendo o irritante estorvo de se escutar o som roufenho de quem se senta próximo de nós. As mesas têm toalha e guardanapos de pano.
O serviço não sendo brilhante, não pode ser classificado de mau. Os empregado envergam um laçarote, e não sendo muito rápidos são atentos quanto baste. De quando em vez passam subtilmente pela mesa, para voltar a fazer um
refill do prato.
O que torna singular é a ementa única, não sendo novidade nem exclusividade em Lisboa (penso que o Omnia, perto da Av. 24 Julho funciona de forma semelhante), ainda não é um conceito muito usual por cá. Os couverts são ajeitados por uma manteigueira já refrigerada, baguete branca e integral fatiada, e 3 bolinhas com pasta de salmão, de atum e requeijão.
Faz parte do menu (Salada + prato principal) vir sempre uma salada verde como entrada, enfeitada com nozes e um sabor avinagrado que lhe confere um sabor adstringente, o que é bastante oportuno, porque que o prato seguinte vem carregado de lípidos. Existe uma recente variante da salada com salmão, que serve para encarecer mais um pouco o preço final.
O famoso entrecôte é o único prato disponível, devidamente fatiado, vem com o não menos bom molho Brasserie, culpado e principal causador do delicioso sabor da carne. É claro que se a peça talhada não for de boa qualidade não se consegue um bom produto final, mas sem dúvida que o segredo resulta naquela combinação de 18 ingredientes (dizem eles!) em que se sente claramente um sabor de caril, pimenta, e muitas ervas aromáticas. Eu como não gosto da carne muito passada, fica invariavelmente dura, peço muitas vezes “à Inglesa”, no entanto se estiver mesmo dura, não hesitem, mandem para trás como eu já fiz. A travessa em que vem o bife repousa sobre um espécie de rechaud metálico com duas lamparinas a óleo por baixo de forma a mantê-lo a uma temperatura aceitável provavelmente devido a quantidade de molho que generosamente inunda a travessa.
As batatas fritas são á descrição, servidas sem parcimónia, cortadas aos palitos, o empregado passa com relativa frequência para colocar no prato quantas vezes vos apetecer. Sei que existe agora uma variante, um entrecôte de Seitan, é a escolha ideal se a vossa companhia não for dada a proteína animal. Nunca provei!
Relativamente a carta de vinhos, não me posso pronunciar porque é um tema alheio aos meus conhecimentos. Apenas posso dizer que é extensa, traz os vinhos “chapa 3” que todos já ouvimos falar, nem que seja pelos preços exorbitantes. Relativamente aos vinhos franceses, esses não sei mesmo nada. Costumo acompanhar com uma tulipa, ou duas ou três…
No que toca as sobremesas, eu costumo dispensar esta parte, porque normalmente já estou mais que repleto de comida. Mesmo assim aconselho a sopa de morango com uma bola de gelado (tenho por hábito escolher limão), ou a tarte amanteigada que vem com um puré de maçã e canela polvilhada.
Durante a semana o afluxo de gente é reduzido, não haverá complicações de maior para jantar, mas para o fim de semana aconselho reserva. O preço ronda os 25€ por cabeça, sem garrafa de vinho.
Um abraço!