a propósito das 900 patadas da PT no GES ...


afinal a coisa já vinha desde 2001
ora bem a tal parceria estratégica

e os zucas não sabiam ? claro que sabiam

vão-se todos agarrar a forma e esquecer o conteúdo
por isso o José Mauro da Cunha e o Zeinal Bava vão prosseguir
pelo caminho caíram o Henrique Granadeiro e o Pacheco de Melo

"interessante e divertido" seria conhecer os pensamentos do Amílcar Morais Pires (era administrador do BES e da PT ao mesmo tempo)

Toda a gente sabia, claro. Irrita-me esta cobardia que leva as pessoas a não assumirem nada; um vias os tableaux de bord, o outro nem isso. Ora vão lá pentear macacos. Quantas pessoas terá a direção financeira da PT? Muitas, sem dúvida, e todas sabiam.

Confesso que não entendo estes comportamentos. Um dia são todos poderosos, são os melhores gestores, toda a gente os admira e inveja e, de repente, não sabem, não viram, não era com eles.

Já vivi, a um outro nível, uma situação assim e de repente vi-me sozinho a defender atos de gestão. Foi horrível e quae impossível de engolir.

Odeio cobardes.

Alguns dizem que estavam registados como....depositos.... as maravilhas da contabilidade criativa....

a compra de papel comercial por parte da PT do grupo GES já tem mais de 10 anos, e sempre em quantias avultadas ...

toda a gente sabia ...

todos os relatórios de auditoria explicavam os proveitos financeiros destas aplicações (origem e contratualização)

o problema é outro e muito diferente ... veremos se contam a verdade

Novo Banco

a saga continua ... novamente depois de uma 5ª feira escaldante, a credibilidade do processo vai de rastos até domingo ...

se me permitem, deixo-vos aqui alguma informação relevante da situação:

1º) o dinheiro do fundo de resolução (os tais 4,5 mil milhões) entraram no Novo Banco num dia e saíram no dia seguinte 3,5 mil milhões para liquidar os empréstimos do programa de emergência cedido pelo Banco de Portugal ao BES e que transitou para o Novo Banco;

2º) em resultado desta operação o Novo Banco só acabou por receber em termos líquidos mil milhões;

3º) segundo diversas fontes, nos últimos meses, o Banco Bom terá perdido mais de 8 mil milhões em depósitos;

4º) o Novo Banco tem obrigações colocadas no mercado internacional com garantias do Estado Português, com vencimentos entre Janeiro e Março de 2015, no valor total de 3,4 mil milhões;

5º) quando no passado recente se dividiram os activos e os passivos, entre Banco Bom e Banco Mau, o Banco de Portugal provavelmente com indicação do Governo, optou por colocar o crédito sobre o BESA (operação angolana) no Banco Mau, acabando por perder as garantias do Estado Angolano no valor de 3,6 mil milhões;

6º) o Banco de Portugal nomeou uma nova administração para o Novo Banco, acabando por dar a entender que a administração de Vítor Bento estaria em desacordo com a súbita mudança de rumo por parte do Estado (leia-se BdP e Governo);

7º) a actual opção recaiu por um "estrangeirado" (Stock da Cunha), com fortes conhecimentos nas praças financeiras de Londres e Nova Iorque, conjuntamente com dois elementos oriundos da CGD e do BCP; tem piada que nem BPI nem Santander estão representados apesar de pertencerem ao fundo de resolução ... mas poderá ser um sinal do seu interesse futuro em comprar !!!

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julgo que é perceptível os diversos factores que explicam a "urgência" na venda

se o Novo Banco não for vendido até Dezembro existem fundadas razões para a dívida pública subir mais 2%

até lá vai continuar a perder depósitos e não fazer crédito ... vai continuar a perder valor a um ritmo alucinante

independentemente do modelo de venda, e a quem for vendido, é certo que o valor da venda não paga o fundo de resolução

os outros bancos vão ter de "assimilar" essas perdas ... mas não será pacífico pois pode colocar no vermelho alguns balanços

Não sei se esse Stock da Cunha (nome fdp parece tirada de uma personagem do Herman dos velhos tempos...) vai resolver a questão BES, o mais provável, como sempre tem acontecido nas questões que envolve bancos é serem os contribuintes a pagar a factura (too big to fall... ), mas que tem um perfil que me agrada isso tem!: benfiquista e domador de leões

Aqui tenho uma dúvida: se o NB não for vendido até Dezembro, a dívida pública sobe porque razão? E se o banco for vendido até Dezembro e forem perdidos 40% (exemplo) do Fundo de Resolução?

jolinho



o Novo Banco não terá dinheiro para pagar este crédito ...




pois ... este vai ser um caminho "experimental" e será "decidido" pelo Ecofin
creio que o fundo de resolução ficará com um buraco de 3 mil milhões (80%)
o mais certo é que irão dar um prazo alargado aos bancos para pagar o valor
outra questão será como vai ser contabilizada a perda nas contas dos bancos

se pode sobrar para o contribuinte ? em último recurso pode ...

Mas a massa do fundo de resolução tem um prazo para ser devolvida; claro que, nessa altura, não vai haver dinheiro. Como é? Acresce à dívida pública e depois a banca vai andar cinquenta anos a pagar ao Estado? E que impacto tem esse crédito no balanço dos bancos?

Aqui também não há novidades, o empréstimo do Estado soma á divida pública mas não altera o défice, tal como como aconteceu com os empréstimos feitos ao BCP, Banif, e BPI.
Também este ano as dividas das empresas públicas de transportes foram incorporadas na divida pública pois andavam camufladas noutras contabilidades e dessas nunca mais vamos ver a cor do dinheiro.

jolinho

o sistema financeiro português (não é só os bancos, ao todo cerca de 70 empresas do sector que estão no fundo de resolução) foi "obrigado" a "comprar" o Novo Banco ... e um dia destes será "obrigado" a "vender" a um terceiro

desta transação irá resultar um prejuízo a distribuir pelos participantes no fundo de resolução (o crédito será só o financiamento do prejuízo)

o problema maior e premente será como contabilizar esse prejuízo, e pelas regras vigentes seria no ano da venda (provavelmente ainda em 2014)

e problema porquê ? ... porque os rácios dos capitais próprios vão ficar todos no vermelho ...

Finalmente o homem demitiu-se!
Estava difícil
Quer dizer, gastam-se 900.000 € e o presidente executivo do grupo que detém a PT não sabe de nada
Tramou tanta gente para chegar onde chegou e eu conheço pelo menos uma. Agora chegou a vez dele. Cá se fazem cá se pagam...

o preconceito nunca é bom ponto de partida para pensar, raciocinar e ajuizar

os 900 milhões de euros perdidos no GES acabaram por fragilizar de todo a PT e em parte a OI

depois deste flop, a operação brasileira juntou um novo fiasco ... a perda do concurso para o 4G (razão invocada falta sustentabilidade financeira)

apesar de ser de conveniência, o casamento mal saiu da igreja começou a perder o tutano dos objectivos

quando assim é, os outros tubarões presentes no aquário, são os primeiros a detectar novas oportunidades

a Telecom Itália, que pertence à Liga Europa e pretende ingressar na Champions, resolveu arregaçar as mangas e passar ao ataque

http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/telecom_italia_tera_contratado_bradesco_para_assessorar_compra_da_oi.html

os brasileiros da OI para se defenderem, estão a preparar avançar com uma proposta pela operação brasileira dos italianos
e assim sendo, o modelo estratégico da OI muda 180º ... a PT passa a dispensável e serve para encaixar uns trocos para se defenderem

Bava foi ultrapassado pelas circunstâncias e passou também a dispensável ... não é preciso saber o desfecho da guerra entre a OI e a TI para perceber que tem de sair ... e com isto tudo acabou a hipótese de ter um operador líder conjunto nos 3 maiores mercados de língua portuguesa ...

deixo uma pergunta para reflexão de todos: valeu a pena o governo português vender a golden share que tinha na PT ?

em minha opinião: não !

A ganância e a ambição dão sempre mal resultado.

Gostava de saber a opinião do clube SONAE sobre tudo isto.

Havia uns senhores em Bruxelas que não achavam muita piada a essa golden share...
Mas mesmo que não a tivesse vendido, e sabendo o que se sabe hoje, em que é que isso teria alterado positivamente o rumo dos acontecimentos?