Na página 103 está a evolução da composição do balanço e repare na rubrica Responsabilidades para com outras entidades. Passa 1 para 4869 em 2011 (ring a bell?), tem a explicação na página 111:



Já não me lembro onde obtive o resto da informação, mas esta massa se não me engano é maioritariamente do fundo de recapitalização da banca.

Adicionalmente ao contrário de um empréstimo normal este é entreguem em tranches pré estabelecidas e não quando se precisa.

Confrade MTangas

conforme explicação do BdP citada (página 111), a referida conta não passa de uma conta de depósitos à ordem do IGCP junto do BdP, absolutamente neutral para este último, e mais não serve como conta de passagem e stand by, para as tranches transferidas pela troika, nas sucessivas avaliações (o calendário e os montantes foram inicialmente negociados com Teixeira dos Santos e com Víctor Gaspar e posteriormente ajustados ... o IGCP está com a linha dos 66 mil milhões (isto é, os 78 totais menos os 12 para a banca) ...

a linha para a recapitalização da banca está disponível nos credores, e os seus montantes só são mobilizados contra pedidos dos bancos, verificados e fiscalizados pelo BdP ... para além de autoridade local do BCE, é também de "correspondente" neste processo, é por ele que passam os fundos requisitados (não ficam estacionados, é só de passagem), bem como ficam depositadas as contra garantias ... esta linha tem um remanescente não utilizado ... este montante (cerca de 5 mil milhões) tem vindo a ser negociado para se destinar a outra finalidade e noutros moldes (futuro banco de fomento), mas só terá luz verde depois de ver os resultados dos testes de stress à banca portuguesa, que vão começar agora ...

o confrade deve ter feito "confusão" com uma outra questão, que está relacionada com a banca comercial e o BCE, que efectivamente cresceu bastante em 2011 e 2012, e que se trata do programa de refinanciamento a três anos à banca portuguesa, e que está respaldado no balanço do BdP ...

Europa chega a acordo para mecanismo de resolução
http://economico.sapo.pt/noticias/europa-chega-a-acordo-para-mecanismo-de-resolucao_189455.html

o contexto exógeno continua favorável ...

euro abaixo dos 1,38$, a nossa taxa a 10 anos abaixo dos 4,2% e o diferencial para as obrigações alemãs abaixo de 2,8% ...

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=102012
Pois, com o dinheiro dos outros também eu me governo bem. De repente deu me uma vontade de ir levantar o meu dinheiro ao banco......

Teodora Cardoso teve uma ideia "inovadora", que "ainda não viu aplicada em mais lado nenhum". Acho que está na hora de fugirmos.

Eu admiro a lata com que ex-governantes, comentadores, banqueiros e uma data de gente mais fala dos nossos problemas. Eu sei, é malta que já tem a vida garantida, e que pode dormir descansada. O que me incomoda é que trabalho há quase quarenta anos e não estou como essas pessoas; tenho que me preocupar com o dia-a-dia, com o que aí vem e com o dinheiro necessário para assegurar a minha reforma, que um dia chegará (apesar de ir fugindo à minha frente).

Cobrar as retiradas de dinheiro do banco em vez dos rendimentos?

Está doida.

Dicksteel, finalmente estamos de acordo nesta área

as obrigações portuguesas negociaram hoje, em mercado secundário, com "yields"
- abaixo de 4,0% para os 10 anos
- abaixo de 2,9% para os 5 anos

grazie signore Draghi

Ás vezes as ideias parvas podem tornar-se boas ideias.
Vamos supor que um gajo ganhava 1000€ de ordenado. Ficavam retidos os valores referentes á Segurança Social e o resto era depositado no Banco sem retenções para o IRS.
À medida que a pessoa ia gastando o dinheiro o Banco retinha um valor que entregava ao Estado. Assim um gajo não pagava os impostos quando recebia mas quando gastava. È claro que tinha algumas vantagens mas o problema maior era a proporcionalidade pois quem ganhava mais pagava a mesma percentagem.

nim...

digamos que o imposto é de 20%

um gajo que ganhe 1000 e que levante 800, poupou portanto 200 e pagou ao estado 160.
ou seja 16% do rendimento

um gajo que ganhe 2000 e que levante 1700, poupou portanto 300 e pagou ao estado 340, ou seja 17% do rendimento.
a ideia é tributar mais os gastadores.

Mas a nossa economia é baseada em consumo e este imposto seria um desincentivo ao consumo.
Adicionalmente faria crescer a economia paralela para valores muito maiores pois toda a gente quereria receber em dinheiro.

Mas nesta situação, um gajo paga imposto com o levantamento e ainda paga o IVA com a aquisição do bem ou serviço. É tributado duas vezes pelo gasto.

Isto não tem pés nem cabeça (a não ser que eu tenha percebido mesmo mal a notícia).

Isto seria inverter o IRS. Quem tem mais filhos paga mais IRS, na medida em que gasta mais.

Não tem lógica. É uma ideia lunática.

Para os bancos era bom pois estavam a obrigar as pessoas a manter lá o dinheiro.
E se eu quisesse mudar de banco? Teria de ser tributado pois mandava o dinheiro de um banco para outro? Lei da concorrência deitava logo isto a baixo.

Então eu pago IVA e IRS no mesmo produto? Isto é dupla tributação.

No início de mês eu pago a TV por cabo, qual a taxa de retenção? É que o agente tributário não sabe quanto eu vou gastar no resto do mês.
Os bancos passariam a ser agentes das finanças?
Então eu ganho por exemplo 1.000€ por mês. Num mês gasto 700€ e pago 8% de IRS. Se no mês a seguir gastar 1300€ pago 15%? Nunca mais ninguém pagava nada a pronto, era tudo a prestações.

Cada maluco

é a ideia é absolutamente disparatada, ainda para mais, proferida por uma economista

a política fiscal é um instrumento de política económica, e peça fundamental na redistribuição de rendimentos ...

não se combate a evasão fiscal através da desarticulação do enunciado anterior, e muito menos numa economia despojada de instrumentos cambiais e monetários ...

a política orçamental é o único grande instrumento de política económica que resta a países como Portugal, e mesmo assim condicionada pelo valor total da dívida pública ...

para bem da senhora (e de muita outra gente), os disparates ainda não pagam impostos

Kwacha,

Se os disparates pagassem impostos, a dívida pública já estaria paga