voltando ao caso GES

o que me surpreende é a dimensão do endividamento total e o volume no curto prazo ...


no caso particular da PT

a compra de dívida da Rio Forte não foi feita ontem
os zucas e os acionistas lusos conheciam a questão
independentemente da solução que vier a ser aceite
nada ficará com dantes ... será o fim da nossa multinacional

GES

lista de credores tugas cujo total ronda os 6 mil milhões de euros

BES - 1,2
PT - 0,9
CGD - 0,4

clientes portugueses (quase todos patos bravos do imobiliário e construção) do BES "offshore" - 3,5

para estes últimos os meus sinceros parabéns (cá se fazem cá se pagam)

Vou deixar a minha opiniao sobre o GES-GATE



Em primeiro lugar, não tenho pena nenhuma dos Srs Salgados ou Ricciardis pois o BES ou o GES durante todos estes anos infiltrou-se em tudo o que era negócios do estado garantindo rendas milionarias futuras pagas pelo contribuinte que darão para a descendência destes senhores não precise de trabalhar um único dia na vida deles....



A queda do BES ou do GES, pouco me interessa... fecha-se um banco, outro virá tomar a sua posição... só espero mesmo é que eu como contribuinte nao seja chamado a pagar pela queda de uma entidade que quando tinha lucros astronômicos de milhões/dia a mim nunca me deu nada... estes senhores certamente terão patrimônio e é lá que se deve ir buscar o $$ para pagar as dividas.



Espero que este mau exemplo vindo do mundo da Finança faça com que as entidades reguladores puxem as rédeas definitivamente a quem opera nesta área, eliminando as zonas cinzentas em que muitas negociatas se fazem...



Por fim este é mais um dos casos em que, à semelhança com Scolari, um gajo passa de bestial a besta em 2 tempos

A família Espírito Santo foi quem criou e expandiu este banco, tornando-o um banco sólido e confiavel, resistiu bem ás crises e tudo sob o controlo firme da família...

Quando começaram, com a criação do malfado GES, a investir noutros negocios foi o descalabro, ás tantas família e esse famigerado grupo, estavam metidos em tudo que era negócio em Portugal e não só e deu no que deu...

Vários passos superiores á perna, muita especulação e tudo ruiu, têm que dar acções em troco de dívida e restam 20% de acções entretando já "dadas" com garantia á conta de outras dívidas...

Enfim, que mais virá aí?

Caro Rodado

recordo-me de 3 excelentes negócios que o GES fez em Lisboa nos anos noventa
Telecel, Euromarché e o imobiliário em Telheiras
ganharam mesmo muito dinheiro

estou convencido, apesar dos erros graves de gestão, se não houvesse guerra familiar, eles tinham ultrapassado o problema

pelo que se sabe nos "corredores" do sistema bancário, eles vão perder quase tudo ...

a 1ª tarefa do Vítor Bento será encontrar um comprador sólido e duradouro para os 20% que a família tem no BES

veremos se vem aí novo aumento de capital e/ou utilização da linha da troika ...

Esta novela ainda vai ter muitos capítulos até terminar - e receio bem que o Estado ainda acabe a pedir dinheiro aos contribuintes. PPC disse que não, mas terá falado demais ao garantir aquilo que não pode garantir neste momento.

Estas coisas da finança intrigam-me; acho que o mundo da finança é bipolar, bem, mais ou menos, que a coisa funciona só numa direção: as pessoas, e as organizações estão no topo, fazem manchetes, ganham prémios, toda a gente as ouve, até que começamos a ouvir umas histórias, uns rumores, depois lemos umas coisas e, de repente, tudo ruiu e aí não há nada a fazer: não existe um buraco, nem sequer uma cratera, existe um buraco negro que parece capaz de tudo engolir.

Já o escrevi mais acima: ninguém é tão bom ou tão mau como se diz, mas, que diabo, deveria existir mais racionalidade - ou se calhar, deveria haver aquilo que não há, escrutínio e accountability. Tudo seria mais fácil, e menos dramático.

http://youtu.be/mzJmTCYmo9g
Este video explica o subprime e a bipolaridade dos mercados

Caro Kwacha, a crise familiar apenas veio precipitar todos os acontecimentos, porque os erros de gestão e os negócios ruinosos já lá estavam!

Claro que houve bons negócios, mas o saldo final é o que se vê e de de Angola, mais noticias brevemente chegarão e não são boas!

O problema dos bons negócios é que os lucros são investidos em outros negócios; se esses negócios forem maus, o dinheiro desaparece.

Quando passei umas semanas na SIBS, a queda de cabelo foi associada a um problema agudo (Grave e raro) de stress. É um workhaaolic nato. Sem querer retirar ou colocar competências, como alguém disse é um facto que tem andado em lugares fáceis (SIBS detida pela praça e sem concorrência e pública). No fundo, é apenas mais um actor que já cá anda há largos anos.

Quanto ao GES, é o que dá tirar o pé para fora de alcance e enterrar dinheiro em negócios fora do core. Adicional a isso, quando se tem um Constâncio durante anos à frente do BdP a encher-se à nossa custa e a não fazer nada, SUPERVISÃO ZERO,nada nos poderá surpreender. O problema do G/BES não vem de agora, so que a merda encheu o fosso. Não deve dar um novo BANIF, moeda de troca na aceitação da Guiné Equatorial na CPLP, o novo destino de sonho dos "lobyistas" portugueses.

Se o PPC não se metesse no BES, eu até votava nele




Esta historia dos negócios também foi o que levou a SLN a falência. Reconheço o valor do Sr Salgado e familiares em recuperarem aquilo que era delas e lhes foi alienado aquando do 25 de Abril, os anos 90s e 00s foram de grande prosperidade e os grandes grupos ganharam muito $$$ em áreas que estavam em pleno: imobiliário, tecnologias, a Bolsa/privatizacoes, etc...


A partir do meio dos 00s a economia começou a encolher e os banqueiros procuram apoiar-se nas parcerias estatais e nos mercados lusofonos, aqui certamente que muita PPP ruinosa para o contribuinte tambem veio em contrapartida de compra de divida do estado


Enfim, não tendo pena dos Senhores Banqueiros, é triste ver um grupo Portugues implodir... espero que solucoes aparecam e se consiga controlar a situacao a bem da vida dos depositantes, bancarios e restantes funcionarios (e contribuintes)



Um coisa que recordo bem da minha adolescencia foi a determinada altura ter visto os grandes gigantes econômicos a saírem do seu core business e a querer controlar outras áreas... a coisa correu mal

O ges não é um banco logo não cabe ao banco de portugal fazer supervisão. Por exemplo o empréstimo ruinoso que a pt fez... É um negócio entre privados, os acionistas é que colocaram ou deixaram lá ficar quem fez as trapalhadas...

é de todo verdade ... mas é necessário acrescentar o seguinte:

em relação ao GES, a parte significativa das irregularidades e/ou ilicitudes foram efetuadas fora da jurisdição portuguesa

em relação ao BES, é preciso atestar os seguintes impactos:
- os créditos diretos e indiretos ao GES (até o caso PT)
- a eventual saída da ESFG da estrutura acionista do BES
- o cumprimento das regras de solidez bancária da troika

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uma última questão sobre o problema de reputação de Ricardo Salgado e restante família

o julgamento já foi feito na praça pública, com o seguinte veredicto: é um vigarista incompetente

provavelmente será mais ou menos esta a argumentação pública do BdP para a dita reputação

no entanto, julgo que o que pesou na decisão do BdP, e até na sua rapidez, não foi nada disso
dizem as "más línguas" que o RS foi longe de mais ... e terá ameaçado o PPC com o afundanço

a ser verdade ... então o veredicto popular é uma brincadeira de escuteiros

RS deve ter dito ao PM que o BES era too big to fail, este não se deve ter mostrado preocupado e aí Salgado passou à ameaça. (Isto sou eu a imaginar.)

Que RS não tem neste momento idoneidade para ser banqueiro é evidente. Que o tuga já o condenou, é um facto. Diz o ditado, "cá sefazem, cá se pagam" e RS sai de cena da pior forma, e ainda vai acabar a contas com a justiça.

Isto vai dar uma série de televisão.

julgo que esta questão vai permanecer nas nossas primeiras páginas
pela importância das suas consequências, merece um tópico próprio