Caros:

Do gratuito SEXTA de 2008.09.19

Ramalho Eanes

"O ex-Presidente da República declinou receber os retroactivos da reforma como general a que passou a ter direito com a aprovação de uma nova lei ( segundo a anterior, só o Presidente não podia acumular reformas...) no valor de 1,3 milhões de euros. Ramalho Eanes, mesmo estando longe da ribalta, recusou. Mostrou carácter."

Quantos políticos, gestores públicos, alguns de empresas públicas deficitárias, deputados, autarcas, etc..., seriam capazes de tomar atitude idêntica? Até parece que não estamos em Portugal!

Ora bem. cá pelas minhas contas, 13.000 TD's de uma hora, ou seja quase 40 anos a pinar todos os dias à pala do erário público. Eu cá não recusava, mas como não me restam 40 anos com capacidade pinante, ainda dava um jeitinho e criava uma Fodação (ops: Fundação) com o intuito de financiar a confraria.

Agora, mais a sério. Para o General Ramalho Eanes:

Olha lá Marsápio, por acaso nos tempos idos também não foste PR, foste?
De qq modo acho que é caso para ponderar uma candidatura, com esse programa faço uma excepção e acabo mesmo por votar nas presidenciais...

Caro Druon, de facto nunca fui PR mas a coisa já esteve por uma nesga. Só que o Manuel João Vieira antecipou-se, e eu, pensando que ele iria com toda a certeza ganhar a eleição, desisti. Mas as próximas eleições não me escapam. Cavaco amigo, nas próximas conte com a minha feroz concorrência.

Caros:

Gratuito SEXTA 2008.09.19

Entre Aspas

<< O conjunto de investimentos previstos para Sines nos próximos anos mostra que está de regresso o sonho de termos aí um dos maiores complexos petroquímicos do Mundo>>. José Sócrates - primeiro ministro, aos jornalistas - 17 de Setembro

O grande sonho de Marcelo Caetano e dos marcelistas, e que deu origem à designação de "elefante branco" está de volta!

Oxalá que daqui a uns anos, não venhamos a dizer do mesmo, " elefante branco, mais branco, não há"!

contava ouvir isso...
então depois não esquecer sff de cumprir as promessas eleitorais aquando do recebimento dos retroactivos. Bem, o melhor é começar logo com os activos senão a malta desespera....

Caro Doctor Portugal tem uma imensa dívida para com este homem, se Portugal saiu daquela palhaçada que foi desde o 26 de Abril até ao 25 de Novembro a este homem deve, que comandou as tropas dos comandos que evitaram uma guerra civil em Portugal. Fui presidente durante um período difícil para Portugal em que foi preciso fazer a transição de uma ditadura de muitos anos para uma democracia plural. Não usou nunca o estado em proveito próprio, quando saiu da presidência deixou todos os presentes pessoais que lhe foram oferecidos no Palácio de Belém. Há alguns anos quando morreu o Marechal Costa Gomes, surgiu uma vaga de fundo para ele ser o próximo Marechal, o governo tratou de tudo e ele com elevada convicção considerou que não tinha perfil para ser Marechal e recusou tal honraria que outros não hesitariam em receber de bom grado. Em público mostra-se uma pessoa reservada e fria que não sorri, sei de fonte segura que em privado é adora contar anedotas e tem muito sentido de humor. Ouvi-lo dizer, na televisão, que na altura em que era presidente raramente se ria, porque o estado das coisas em Portugal não permitia que um presidente mostrasse alegria. Fez coisas erradas, fez, uma monumental palhaçada que nunca percebi porque teve necessidade de a fazer foi a criação do seu partido político o PRD, não havia mesmo necessidade nenhuma. Pagou caro por isso foi remetido para a prateleira, talvez também porque nunca se deu bem com o nosso Presidente/Rei, Mário Soares, que se encarregou e encarrega de apagar a memória deste homem, esquecendo que foi este homem que confirmou e consolidou a democracia que tão bem serve os interesses Dr. Mário Soares, da sua família, dos seus lacaios e acólitos, mas isso dava outro texto e não estou a dizer que o Soares não foi importante para o nossa democracia, como o foi Sá-Carneiro, Freitas do Amaral ou quer ser se queira, queira não, e paradoxalmente, Álvaro Cunhal. Só que todos estes que referi, na minha opinião, contribuíram para a democracia, mas também colheram os dividendos disso e se tiraram, então o Mário Soares... Em resumo considero que o Ramalho Eanes foi e é um soldado, que quando é chamado ao serviço da pátria se apresenta, faz o que lhe pedem, regressa ao seu posto e aguarda, novamente, que se preciso intervir e fá-lo sem nenhum objectivo de promoção pessoal. Infelizmente estamos em Portugal e normalmente, só se dá valor às pessoas depois de morrer, aqui talvez seja mais um caso, pelo menos tem sido, cabe a nós mudar este estado de coisas e sermos correctos com quem merece.

Caro K2O3:

Conheço pessoalmente o general Ramalho Eanes, somos da mesma terra, e as suas palavras são mais que justas!

À parte das gralhas que o texto tem, e eram supostas não existirem, fico contente que mais alguém que conhece o General Ramalho Eanes me confirme as convições que fui formando ao longo da vida sobre ele.

Por momentos pensei que o companheiro k2o3, era o nosso ex-presidente Ramalho Eanes! Vejam o texto assinalado em cima a vermelho.

Uma simples gralha no confrade k2o3. Efectivamente tivemos um grande presidente.

Moral de uma história imoral
Gonçalo Portocarrero de Almada - Público, 20080920

Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! A disparatada ideia de um matrimónio indissolúvel esteve em voga nos últimos dois mil anos. Modernamente, achou-se que era muito monótono um casamento para sempre e, por isso, inventou-se o casamento a prazo, ou seja, precário.

Ao princípio, a lei entendia dever proteger os interesses dos filhos e do cônjuge contra os quais era pedido o divórcio. Mas como um tal conceito de culpa ou de responsabilidade parecia contrário à moralidade laica, entenderam agora os deputados que o matrimónio deve ser revogável em qualquer caso, mesmo a pedido do cônjuge faltoso. Esta moderna liberdade democrática mais não é, portanto, do que uma nova versão do antigo repúdio.

A possibilidade do despedimento do cônjuge, sem necessidade de nenhuma razão, não tem contudo paralelo na legislação laboral, onde se exige que a entidade patronal seja mais respeitosa dos direitos dos seus assalariados. Quer isto dizer, em poucas palavras, que o patrão pode agora mandar bugiar a sua patroa sem necessidade de se justificar e até mesmo depois de a ter sovado, mas já não pode despedir com a mesma liberalidade a sua secretária, pois, para um tal desatino, a lei exige-lhe uma justa causa.

A incongruência entre os dois regimes legais é de feição a concluir que o Estado prefere as empresas às famílias; ama mais o lucro do que a moral. Mas também ensina que quem quiser uma duradoira relação pessoal deve optar pelo contrato de trabalho e nunca pelo matrimónio, do mesmo modo como quem pretenda um vínculo contratual facilmente rescindível deve casar-se e nunca enveredar por um contrato laboral.

Quer estabelecer uma relação estável, com uma pessoa do outro sexo, contando para o efeito com todas as garantias legais? Pois bem, estabeleça com essa pessoa um contrato de trabalho e fique descansado, porque o Estado vai assegurar o fiel cumprimento desse pacto, ao contrário do que aconteceria se com ela casasse, porque o matrimónio é um vínculo tão precário que nem sequer se necessita nenhuma razão para proceder à sua extinção.

Se o problema é, pelo contrário, conseguir uma pessoa que assegure o serviço doméstico, sem perder a possibilidade legal de a despedir se a sua prestação não for satisfatória, mesmo que a lei não contemple esse caso para a rescisão do respectivo contrato laboral, a solução é simples: recorra a uma pessoa do outro sexo e case-se com ela, pois mesmo que não tenha qualquer razão que justifique legalmente o seu despedimento, o Estado garantirá a possibilidade de dela se divorciar quando e como quiser.

Quer uma relação para toda a vida? Faça um contrato de trabalho, mas não case! Quer uma relação precária, de que se possa desembaraçar quando quiser e sem necessidade de nenhuma causa justa? Case, pois não há vínculo jurídico mais instável no sistema jurídico português!

Moral desta história imoral: empregue a pessoa que escolheu para parceiro de toda a sua vida e case com a sua mulher-a-dias!


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Nota - o autor é sacerdote, licenciado em Direito e doutorado em Filosofia.
Eu sou um bocadinho mais liberal...

"Meia-Hora de 22 Janeiro de 2009"

" Com bombas de gás lacrimogénio, jactos de água e balas de borracha, a Polícia venezuelana reprimiu uma marcha de universitários, oposicionistas do regime, impedidos de chegar ao Supremo Tribunal de Justiça, em Caracas.
Os estudantes pretendiam marchar até ao STJ para denunciar o impedimento de 300.000 jovens se inscreverem no registo eleitoral para participarem no referendo contra a mudança da Constituição que permitirá a reeleição ilimitada de Hugo Chavez". No fundo uma solução "made in Cuba"!

Não poderiam os paladinos da democracia que nos governam, e que não se cansam de falar no papel de Barroso, como garçon a servir cafés, na cimeira dos Açores, antes da invasão do Iraque, meter uma cunha para desbloquear a situação, aproveitando a reiterada amizade do Pinto de Sousa de Massadas da Beira ao líder venezuelano?

Ou então retaliar imediatamente: << não enviamos Magalhães enquanto não for dada razão aos estudantes>>.

Vão ver que Chavez perante esta bomba -informática- cede!