A QUEM VAI SERVIR O TGV

Este é o pensamento político que temos (em Portugal) , está em todas:



· Estádios de futebol, hoje às moscas,
· TGV,
· novo aeroporto,
· nova ponte,
· auto-estradas onde bastavam estradas com bom piso,
· etc. etc.

A quem na verdade serve tudo isto?

PORTUGUESES, LEIAM AS LINHAS SEGUINTES E PENSEM

A QUEM VAI SERVIR O TGV ...


1. AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO,
2. ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS E ...CLARO,
3. AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA ...


OS PORTUGUESES FICARÃO - UMA VEZ MAIS

- ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS

POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA ! ! !



Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio.

Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos 'Alfa' por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros.

A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.

Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.

Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.

A resposta está na excelência das suas escolas,

· na qualidade do seu Ensino Superior,
· nos seus museus e escolas de arte,
· nas creches e jardins-de-infância em cada esquina,
· nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.



Percebe-se bem porque não

· construíram estádios de futebol desnecessários,
· constroem aeroportos em cima de pântanos,
· nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.

É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos).


É por razões de sensatez que não o encontramos

· na Noruega,
· na Suécia,
· na Holanda
· e em muitos outros países ricos.

Tirar 20 ou 30 minutos ao 'Alfa' Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País.

Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.


Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se:


- 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);
- mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma);
- mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um).

E ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

Cabe ao Governo reflectir.

Cabe à Oposição contrapor.

Cabe-lhe a si

participar

O TGV vai ser bom para nós pessoal do porto ir a vigo, rsss

Vai passar no Porto?

vai haver um ramal para lá e para o freeport

Caro confrade,

Subescrevo o que escreveste e acrescentaria que com uma fracção do dinheiro do TGV se poderia seguramente renovar e recriar a rede de caminho de ferro que temos em Portugal. É vergonhosa e serve mal a maior parte da população. Sendo renovada, seguramente que beneficiaria grande parte dos lobbies em torno do TGV e asseguraria muito melhor serviço ao país.

Não sendo contra o betão das auto-estradas, a verdade é que não é suficiente. Para irmos a qualquer lado, temos quase sempre apenas a alternativa automóvel.

Os comboios são extremamente importantes para a economia e fazer parte da rede transeuropeia de alta velocidade pode ser muito importante para a competitividade da nossa economia.

Agora o que me preocupa é a nossa tradição de dezenas de anos a fazer investimentos ruinosos nesta área.

O grande problema continua a ser o nosso governo manter os olhos e o dinheiro virado sempre para os sitios errados...

Esse sim é o maior problema de todos...

Senao veja se... não há dinheiro para recuperar empresas com milhares de postos de trabalho, mas há pra recuperar um banco que só faliu porque alguem se pôs bem de vida á custa do mesmo...

Acha mesmo que sim confrade? E o que é que nós produzimos assim de tão significativo para termos de exportar tão depressa? Não podemos usar o caminho de ferro comum, barco ou camião?

Esse argumento é falacioso. Se tivessemos uma rede ferroviária decente, conseguiríamos estar ligados ao resto da Europa com velocidade suficiente. O problema é que depois teríamos um TGV em Portugal para servir os tais "interesses" Europeus e os Portugueses que cá vivem continuam na mesma.

Um bom comboio "normal" consegue fazer mais de 200Km/hora se os carris o permitirem. Veja o Alfa da CP que consegue atingir velocidades próximas dessas... Um TGV demora dezenas de Kms para atingir a sua velocidade máxima e mais dezenas para parar... O nosso cantinho não tem comprimento para um TGV.

o tgv vai servir a alguns camelos que andam la no governo encherem os bolsos .

nao me interpretem mal por eu dizer mal deste governo,mas tanto digo mal deste como digo mal de qualquer um que la esteja,sao todos uma cambada de cabroes que só vêm é dinheiro para meterem no bolso

Caro confrade cambalhota,

O problema é que a alternativa a estes é ainda mais assustadora, parece-me... Urge encontrar soluções e pactos de regime que reunam consenso entre os vários partidos mais representativos, para assuntos como finanças, saúde e educação, caso contrário mura o disco e a música é sempre a mesma.



Editado por não haver necessidade de citar a mensagem imediatamente anterior a esta. Lêr aqui a secção referente a citações. Marc

Confrade

O TGV é um comboio que anda mais depressa do que os "normais". Uma linha de alta velocidade custa, creio (e tenho este número de memória) mais 10 % do que uma linha normal. Sucessivos governantes entenderam que se impõe construir comboios de alta velocidade.

Infelizmente, o nosso problema não é construir ou não o TGV. O nosso problema é um conjunto de problemas. É o passivo do Metro de Lisboa, que dá para construir um aeroporto em Alcochete. É o passivo do Metro do Porto que é quase o dobro do passivo da TAP. É o passivo da CP, no qual é melhor nem falar. É o gasto de milhões, nem sei quantos, na modernização da linha do Norte, para continuar com troços em que se circula a menos de 100 Km/h. O nosso problema é termos na área metropolitana de Lisboa a maior densidade de auto-estradas da Europa e haver portugueses que ficam todos os dias bloqueados no IC 19. O problema é termos em volta do Porto um tal emaranhado de auto-estradas que uma pessoa se perde. O problema é termos deixado cair a ponte de Entre-os-Rios e termos depois construído, já agora, não uma mas duas pontes. E podemos continuar por aí adiante.

Se o TGV for projectado e construído como deve ser, tudo bem. Se for projectado e construído à portuguesa, tudo mal.

Claro que o TGV não se destina a levar as nossas mercadorias para a Europa. Destina-se sim a tornar mais rápida, cómoda e segura a circulação de pessoas e assim encurtar as distâncias e reforçar a coesão económica e social. Não que eu esteja a ver as pessoas a circular daqui até Amsterdam de TGV. Mas que estou a ver as pessoas a circular entre Porto e Corunha, entre Porto e Lisboa, entre Lisboa e Madrid, entre Madrid e Barcelona, entre Barcelona e Paris, entre Paris e Bruxelas ou entre Paris e Amsterdam.

Imagino as pessoas a circular entre Porto e Paris de TGV. Senão vejamos: as pessoas fazem essa viagem de autocarro em cerca de 24 horas; porque não hão de fazê-la de TGV, com maior rapidez, mais conforto e menos poluição?

Um primo meu, que vive em Bruxelas, vai para a praia em Nice de TGV. Sai de Bruxelas às 7 da manhã e pelas duas da tarde já está a desfazer as malas. Porque não vai de automóvel ou avião? Porque de TGV é mais interessante.

Compreendo a sua argumentação e concordo parcialmente. Sou adepto de mais caminho de ferro e de menos betão. De maior utilização do comboido em vez do carro. Estou ciente que em Portugal é difícil basear a maioria das nossas deslocações noutro meio de transporte que não o carro.

Mesmo que 10% seja a diferença entre o caminho de ferro normal e o TGV (duvido que seja apenas esta a diferença, caso consideremos melhoramentos de vias já existentes), suponho que ainda valha a pena o investimento pois pode beneficiar muito mais habitantes. O TGV beneficiará alguns, embora eu continue a duvidar que para ir de Lisboa a Madrid muitos passageiros prefiram o TGV em detrimento do comboio, numa altura em que um bilhete de avião é mais barato do que aquele que se estima vir a ser o preço do TGV (se a memória não me falha, cerca de 100€).

O problema continua a ser o TGV que é, aliás, o tema desta discussão. Construí-lo no país onde temos, como indica e bem, uma série de problemas muito sérios e significativos parece um pouco despropositado.

Com a dimensão territorial que Portigal continental tem, reafirmo as minhas dúvidas no interesse efectivo que o TGV possa ter. Linhas de alta velocidade, com mais apeadeiros e a cobrir melhor o país, podiam ligar-nos na mesma a Espanha e assim ao resto da Europa.


Editado por não haver necessidade de citar a mensagem imediatamente anterior a esta. Lêr aqui a secção referente a citações. Marc

Confrade MoShva

Embora tenhamos ponto de vista diferentes, no essencial estamos de acordo: isto de grandes investimentos públicos tem mesmo muito que se lhe diga, sobretudo numa altura em que temos vindo a verificar que demasiada gente se engana.

Já dizia Mao Tse-Tung que é sempre difícil fazer previsões, sobretudo quando se trata de prever o futuro. A verdade é que não sabemos como vai evoluir a economia durante os próximos anos e durante as próximas décadas. Uma coisa sabemos - ou acho que sabemos -: temos que ser mais prudentes e temos que considerar todos os aspectos envolvidos, com especial relevo para os aspectos ambientais.

Estamos de acordo confrade jolinho.

Havia também outro grande "pensador-futebolista" que dizia que os prognósticos se faziam só no final do jogo.

Eu prefiro mil vezes prudência e razoabilidade nos tempos difíceis que se aproximam, embora mantenha um nível de optimisto interessante